Algumas crianças ao começarem a estudar apresentam dificuldade para aprender o que é ensinado. Isso pode ser desencadeado por problemas como TDA-H (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), Dislexia, Deficiência Intelectual, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ou mesmo dificuldade de aprendizagem. Também pode haver somente um desinteresse por situações escolares.

Crianças que apresentam dificuldade para aprender
“Geralmente os professores são os primeiros a perceberem este problema. Visto que normalmente a criança não apresenta essas dificuldades em casa e as demonstram por volta dos seis e sete anos de idade quando iniciam o ensino fundamental. No entanto, é possível realizar um diagnóstico precoce quando as crianças desde muito cedo (2 ou 3 anos) apresentam distúrbios de linguagem ou dificuldades acentuadas para se relacionar com outras crianças (isolamento das outras crianças ou agressividade)”, afirma a psicóloga, mestre em educação, Fernanda Araújo Cabral.

Antes mesmo da escola falar sobre este assunto com os pais estes podem identificar o empecilho por meio das frequentes notas baixas, incapacidade de compreender o que a professora explica mesmo após esta ter utilizado diversas maneiras diferentes de abordar um determinado tema. Além disso, pode haver o desinteresse acentuado pelas atividades escolares e agressividade.

Ao diagnosticar o motivo pelo qual o desempenho escolar não vai bem é bastante importante que os pais compreendam a dificuldade do filho e se disponham a auxiliá-lo, evitando cobranças excessivas ou rótulos como o de “incapaz”. Todavia, também é necessário que o outro lado seja visto. Apesar de compreensivos os pais devem impor limites e mostrar a importância da escolarização.

É necessário separar a real dificuldade da criança e a incapacidade dos professores em compreenderem que ela aprende de forma um pouco diferenciada. Em qualquer caso é importante um profissional conversar com a escola para investigar quais os motivos da dificuldade apresentada pelos alunos e elaborar, em parceria com a instituição escolar, uma melhor forma de planejar o ensino para a classe, de maneira a contemplar todos os alunos que estudam na mesma sala.

O tratamento terapêutico é recomendado quando a dificuldade de aprendizagem começa a rotular a criança e acentuar a diferença. Quanto antes o início da terapia melhor, para que a criança tenha um bom prognóstico quanto ao desenvolvimento escolar.

O trabalho psicológico compreende as questões psicopedagógicas presentes na dificuldade de aprendizagem da criança. Para tanto, nos momentos de clínica o uso do lúdico (tratamento psicológico que possibilita o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos) colabora para o desbloqueio do lado emocional da criança que impede o aprendizado. Também auxilia a criança no desenvolvimento de estratégias que facilitem seu aprendizado, utilizando os potenciais que tem de aprendizado. Por exemplo, se uma criança é muito agitada, o psicólogo age canalizando essa agitação para realizar as tarefas escolares. Além disso, o profissional deve trabalhar em conjunto com a escola e com a família, no intuito de auxiliar a compreenderem o processo de aprendizagem da criança, assim como criar planejamentos que favoreçam essa aprendizagem.

Portanto, a terapia, orientações aos pais e acompanhamento escolar são essenciais para a melhoria do problema que aflige a criança. “Se não houver um tratamento, a criança pode desencadear sérios atrasos no desenvolvimento escolar, acarretando até o total abandono da escola. Desinteresse pelos estudos, baixa autoestima, timidez ou agressividade. Nos piores casos podem ocorrer a somatização da dificuldade e a criança passa a reclamar de dores de cabeça ou de estômago na hora de ir à escola, ou até mesmo distúrbios mais graves como inapetência”, alerta a especialista Fernanda Araújo Cabral.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *