O soluço vem quando menos se espera e é algo que incomoda todos! O tão indesejado e incômodo “hic, hic” pode aparecer a qualquer momento – e normalmente surge nas situações mais impróprias. Até mesmo os bebês no útero podem ter soluços. O soluço pode aparecer quando você come muito rápido, porque engole ar junto com a comida, quando enche o estômago demais e acaba irritando o diafragma. Mas uma das principais causas dessa irritação é um refluxo de ácido estomacal.
O que é o soluço ?
O soluço é o resultado de uma súbita e involuntária contração do músculo diafragma, que fica localizada entre o tórax e o abdômen. O soluço na imensa maioria dos casos é um problema auto-limitado, de curta duração e sem nenhuma relevância clínica. Em algumas pessoas, porém, o soluço pode ser persistente, tornando-se um problema crônico e de difícil controle.
A contração costuma ocorrer várias vezes seguidas, separadas por um curto intervalo de tempo (às vezes, menos de um segundo) e pode se prolongar por vários dias. Elas são seguidas de um fechamento repentino da glote (espécie de tampa da laringe) que corta subitamente a passagem de ar da boca para os pulmões e faz vibrar as cordas vocais, provocando o som característico do soluço.
Causas do soluço
Na maioria das vezes, o soluço é causado por uma irritação no nervo chamado frênico, que auxilia os movimentos do diafragma, músculo que separa o tórax do abdome, na respiração. A expiração do ar acontece quando o diafragma relaxa e, a inspiração, quando ele se contrai. Mas, na maioria das vezes, não é possível identificar o que causou essa irritação. “Sabemos que mudanças abruptas de temperatura desencadeiam soluços.
Em alguns casos específicos, o soluço é causado por outros problemas diferentes do explicado acima. “Pode ser uma doença da vesícula, do esôfago, do estômago, ou até uma pneumonia na base do pulmão que provocam o soluço, pois são órgãos que podem afetar o diafragma”, explica a gastroenterologista Maria do Carmo Sriche Passos, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Como são classificados os soluços?
A maioria dos quadros de soluço dura poucos minutos, desaparecendo espontaneamente ou após algumas manobras, como beber água gelada ou prender a respiração. Em algumas pessoas, os soluços podem demorar vários minutos para desaparecer.
Os soluços comuns raramente têm algum significado clínico, não sendo necessária a avaliação média para os mesmos.
Mais raramente, um episódio de soluço pode durar por várias horas. Quando o soluço demora mais de 48 horas ele é chamado de soluço persistente. Quando dura mais de um mês, é denominado soluço intratável. Tanto o soluço persistente quanto o intratável são habitualmente causados por alguma doença e devem ser sempre avaliados por um médico.
Como nos livramos do soluço ?
Os soluços comuns não são considerados problemas médicos e não precisam de tratamento específico, já que duram, habitualmente, poucos minutos, desaparecendo mesmo que nada seja feito.
Todavia, ninguém gosta de ter soluços e a maioria das pessoas acaba procurando uma maneira para abreviar as crises. Como os soluços costumam ocorrer por uma irritação do diafragma ou dos seus nervos, algumas manobras simples, que estimulem pelo menos umas dessas duas estruturas, servem para abortar as crises.
Muitas das soluções caseiras para os soluços realmente funcionam e apresentam base cientifica para tal. Por exemplo:
– Quando tomamos um susto, aumentamos subitamente a liberação de um hormônio chamado adrenalina, que entre centenas de outras ações, age diretamente na contração do diafragma.
– Quando prendemos o ar e ficamos alguns segundos sem respirar, o nível de gás carbônico (CO2) no sangue se eleva, sendo este um forte estímulo para que o cérebro ative os nervos do diafragma, obrigando-o a se contrair.
– Quando bebemos água gelada, o nervo vago, que age sobre o diagrama, mas que também inerva desde a garganta até o estômago, é estimulado pela brusca mudança de temperatura.
Outras dicas caseiras para parar o soluço incluem:
- Gargarejar com aguá gelada.
- Chupar gelo.
- Beber água quente (cuidado para não ser tão quente que possa queimar a boca).
- Respirar dentro de um saco de papel.
- Chupar limão.
- Comer gengibre.
- Tracionar a língua.
- Tocar na úvula (sininho da garganta) com um objeto, tipo um canudo.
- Comer uma colher cheia de açúcar ou mel.
- Dobrar os joelhos e abraçar as pernas, comprimindo o peito.
- Beber líquidos enquanto de pressiona o nariz.
- Experimentar um pouco de vinagre.
COMO TRATAR SOLUÇOS PERSISTENTES OU INTRATÁVEIS
Os soluços que duram mais de 48 horas devem ser investigados, pois fatalmente são causados por algum problema médico. Nestes casos, o tratamento dos soluços passa pelo tratamento da causa de base. Se o paciente tem uma infecção do ouvido,o tratamento é com antibióticos; se tem níveis de sódio no sangue muito baixos, a reposição de sódio faz o soluço parar; se a causa for um medicamento, suspende-se o remédio, etc.
Nem sempre, porém, o problema por trás dos soluços persistentes é facilmente identificável. Em outros casos, a doença que causa o soluço não possui um tratamento específico, como nos pacientes que tiveram um AVC ou um traumatismo craniano. Portanto, muitas vezes o médico precisa usar algumas drogas que inibam os soluços, sem necessariamente agir diretamente na sua causa. Alguns medicamentos usados para parar soluços persistentes são:
- Clorpromazina (droga mais usada e mais estudada para tratar soluços).
- Haloperidol.
- Baclofen.
- Metoclopramida.
- Gabapentina.
Outras opções para o controle dos soluços persistente são a acupuntura e a hipnose.
Em casos extremos – muito raros, por sinal -, a cirurgia pode ser necessária, com a implantação de um estimulador elétrico no diafragma, parecido com os marca-passos usados no coração.
Se ainda tem alguma dúvida não deixe de assistir o seguinte vídeo: